Ao ver uma oficina acontecendo, as pessoas podem se perguntar: leva tempo? quanto? pode ser feita de qualquer forma, ou tem apenas uma forma? Para os pibidianos, realizar uma oficina é ter passado pelo menos semanas se planejando, definindo objetivos, coletando material, debatendo qual a melhor forma de levar o conteúdo para a sala de aula, os caminhos a serem percorridos, entre outros.
Esse planejamento, como dito acima, leva certo tempo. Esse período é separado tanto nos encontros realizados pelo projeto pelo menos uma vez na semana, quanto entre os próprios licenciandos e professores coordenadores das escolas participantes.
Esses momentos são muito importantes para a pratica docente, uma vez que não estaremos apenas durante um período do dia naquela unidade escolar, necessitando assim, pensar e debater muito bem sobre o planejamento da oficina e como será realizada.
Entendemos que o planejamento:
“É um instrumento direcional de todo o processo educacional, pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação.” (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001, p.40)
Cada ida as escolas é planejada em seus detalhes: os materiais, o que a escola possui que pode ser utilizado, o que é necessário levar, o que faltou na ultima vinda, entre outros pontos. Todos levantados nas sequencias didáticas, que possuem o plano de aula para todo o ciclo de oficinas, ou seja:
“É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. (...) É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem.” (PILETTI, 2001, p.73)
Planejamento e plano parecem parecidos, mas não são. Cada um possui a sua importância e funcionalidade, tendo o licenciando uma relação intima entre tais tipologias. Entendemos que para qualquer atividade que possua objetiva ter resultados, ela precisa ser planejada e organizada. Mais ainda quando falamos da educação, que envolvem especificidades muito particulares, que uma vez desorganizadas, podem diluir todo um trabalho anterior. Não se pode improvisar a educação, seja ela qual for o seu nível.” (SCHMITZ, 2000, p.101)
Muitos docentes acabam por não planejar as suas aulas, pois veem no seu tempo em sala a resposta para qualquer problema que apareça. Nas palavras de Moretto (2007, p.100) “Há, ainda, quem pense que sua experiência como professor seja suficiente para ministrar suas aulas com competência.”. Se comprometer com o planejamento proporciona a reflexão permanente, quanto a sistematização da realidade, as propostas que se deseja levar a sala de aula e até mesmo a prática. Não deixando que o educador fique estagnado, acomodado, apenas reproduzindo. Nesta reflexão, o mesmo se torna o agente das mudanças. Atentos a questão politica visto que
“Essencialmente, educar/ensinar é um ato político. Entendamos bem essa proposição: a essência política do ato pedagógico orienta a práxis do educador quanto aos objetivos a serem atingidos, aos conteúdos a serem transmitidos e aos procedimentos a serem utilizados, quando do trabalho junto a um determinado grupo de alunos.” (SILVA, EZEQUIEL, 1991, p.42 in Hypolitto 2008, p. 6)
Segundo Vasconcellos (2000), do ponto de vista educacional, o planejamento é um ato político-pedagógico porque revela intenções. Segundo ele planejar é elaborar o plano de intervenção na realidade, aliando às exigências de intencionalidade de colocação em ação, é um processo mental, de reflexão, de decisão, por sua vez, não uma reflexão qualquer, mas grávida de intenções na realidade (VASCONCELLOS, 200, p.43)
O pibid, dessa forma, nos oferece todo um arcabouço teórico e pratico acerca da pratica docente, seja dentro ou fora da sala de aula. Evidenciando assim, a importância do mesmo nos cursos de licenciatura espalhados pelo País.
Referências:
ARAUJO, J.C.S. Disposição da aula: os sujeitos entre a tecnia e a polis. In: VEIGA, I. P.A.
(Org.) Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2008.
CASTRO, P.A.P.P.; TUCUNDUVA, C.C.; ARNS, E.M. A importância do planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática docente. In.: ATHENA, Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun. 2008. Disponível em: http://nead.uesc.br/arquivos/Fisica/instrumentacao/artigo.pdf . Acesso em: 26/05/2019
HYPOLITTO, Dineia. A formação do professor em descompasso com a realidade. Disponível em: http://www.geocities.ws/dineia.hypolitto/arquivos/artigos/AFormacaoDoProfessorEmDescompassoComARealidade.d_205.pdf
Acesso em: 26/05/2019
LIBÂNEO, J.C. Didática. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2013
MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o desenvolvimento de competências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
MENEGOLLA, Maximiliano. SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar? 10ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
PILETTI, Cláudio. Didática geral. 23ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2001.
SCHMITZ, Egídio. Fundamentos da Didática. 7ª Ed. São Leopoldo, RS: Editora
Unisinos, 2000.
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto políticopedagógico. 9 ed. São Paulo: Libertad, 2000.