Texto da pibidiana Claudete
Rocha Fernandes trabalhado em oficina para conhecimento das memórias literárias.
Tempos
atrás um lugar eu comecei a explorar... chegando em Porto Nacional – TO com a
minha bagagem de mão e uma filha no colo. Aqui cheguei. A estrada foi longa e
repleta de desafios. Vim de terras distantes, com desejo de dias melhores. Como
diziam os governantes da época o Tocantins era a terra dos girassóis onde o sol
brilha para todos. O meu pai tinha uma pequena empresa nessa cidade. Fiquei
feliz e, desde lá eu sou funcionária dele. Mas quando trabalhamos com parentes,
muita decepção vem como consequência. O que era alegria hoje se tornou tristeza
e amargura.
Os
dias em Porto eram tranquilos. O lugar me pareceu ter muita história para
contar. Os casarões, as igrejas e as estreitas ruas aconchegaram dias de paz e
sem violência. Fiz muitos amigos e amigas. Conheci gente do bem e gente nem tão
do bem assim. Passei muitas noites dançando e namorando no point Ilha Verde,
que já não existe mais e que não era verde. Muita diversão, encontros e risadas
nós cultivamos lá. Hoje são fios da memória. Lá eu ri, amei, chorei e beijei.
Porto se mostrou um belo lugar. Mas as coisas mudam com o tempo e a cidade
começou a ficar mais urbana. Chegava gente de todos os lados.
A
calmaria foi cedendo espaço aos movimentos, ao progresso e às novidades.
Universidades e escolas começaram a ser construídas. E com isso um desejo
antigo meu foi despertado... o desejo de estudar e ser independente. Mas o meu
pai foi a pedra do meu caminho. Mas eu não desisti! Porto Nacional foi palco
das minhas melhores e piores lembranças. Esse lugar histórico nos envolve.
Quando
cheguei nem orla a cidade tinha... quando olho 0ra trás vejo uma história de
vida em consonância com a história de Porto. O progresso é lento... mas antes
vagaroso e do que estar parado. Aquela pessoa das primeiras linhas desse texto,
perdida, confusa, alegre triste, hoje ocupa um lugar na Universidade.
Resistindo perante as adversidades. Estar em Porto é perceber que nada acontece
em vão. A minha vida é como cada tijolo da igreja mais bela da região. Cada
tijolo colocado com muito esforço. A dedicação compensa... é como assistir ao
pôr do sol na orla da cidade.
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