domingo, 10 de fevereiro de 2019

Desenvolvimento das oficinas sobre SD - parte 2

Oficina 4. A Importância da construção do texto coletivo(tempo previsto: 60’)

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Etapa 1 (tempo previsto: 25’)
Inicie a conversa contando aos participantes que boa parte dos professores ainda hesita em elaborar um texto coletivo com seus alunos por considerar essa proposta uma tarefa muito complexa. No entanto, sabemos que essa etapa da seqüência didática é fundamental para ensinar qualquer gênero textual. Assim, propomos nesta oficina uma reflexão mais detalhada sobre a produção coletiva de um texto.
Para conhecer a experiência deles nesse procedimento, lance perguntas para o grupo: vocês costumam construir textos coletivos com seus alunos? Com quais objetivos? Que estratégias utilizam? Que dificuldades essa atividade traz?
Para facilitar a discussão, à medida que os participantes vão apresentando as informações, organize-as em um quadro e, em seguida, analise os registros com o grupo.

ObjetivosEstratégiasDificuldades
                    

Etapa 2 (tempo previsto: 15’)A produção coletiva de um texto exige que o professor tenha não apenas o domínio da classe, mas, também, clareza da situação de comunicação e conhecimento do gênero em questão. Na tentativa de ajudá-los nessa tarefa, propomos a leitura do texto a seguir.

A construção do texto coletivo

A elaboração do texto coletivo pela turma, com auxílio do professor, é uma importante etapa da seqüência didática no ensino de gêneros textuais. É nessa atividade que a turma organiza a síntese do aprendido nas oficinas anteriores, o que possibilita a cada aluno um avanço pessoal e particular no grau de aprendizagem realizado. Isto quer dizer que, ainda que eles estejam em diferentes momentos do domínio do conteúdo ensinado, a elaboração da síntese favorece a organização do que já foi aprendido e aponta os novos desafios.
Esse trabalho atua na zona proximal do desenvolvimento cognitivo dos alunos, e a troca de informações entre estudantes de uma mesma turma permite que os colegas que estão em uma etapa mais avançada do conhecimento auxiliem o processo de aprendizagem dos demais e o seu próprio, pois aquele que ensina também aprende.
A produção coletiva deve privilegiar a negociação entre professores e alunos e entre os próprios alunos. Trata-se da negociação sobre o que deve ser escrito, em que ordem deve ser escrito e como deve ser escrito, na produção textual que se instaura a capacidade de autoria. Aparecem diferentes pontos de vista e os alunos podem compreender que há vários modos de “acertar o tom” do texto e escolher o seu modo próprio de escrever.
Para que o trabalho dê o resultado esperado, é preciso que ocorra de forma organizada, evitando a dispersão, comum em atividades mais longas. Por isso, o professor deve preparar-se para usar estratégias que mantenham a classe atenta por mais tempo. Se o professor tem aulas com duração menor do que uma hora, pode dividir esse trabalho em dois dias. Vale destacar que o professor não é o autor do texto, nem um mero “escriba”, aquele que se limita a transcrever a fala dos alunos. Ele pode e deve contribuir, questionando e dando orientações.

DICAS

Antes de iniciar a escrita do texto:
- explique aos alunos a importância da escrita do texto coletivo;
- recupere com eles a situação de comunicação e o roteiro dos aspectos próprios do gênero;
- incentive a participação da turma por meio de perguntas;

Durante a escrita do texto:
- converse sobre o tema/assunto que será escrito;
- decida com o grupo a melhor forma de iniciar o texto;
- ouça as propostas dos alunos e ajude-os a transformar as idéias apresentadas (oralidade) em discurso escrito;
- antes de escrever cada um dos parágrafos, releia o anterior com o grupo para ver se os parágrafos estão encadeados e faça as alterações necessárias;
- prossiga o texto de modo que a organização da seqüência de parágrafos não perca a unidade, a coesão e a coerência;
- fique atento ao uso correto da pontuação;
- escolha, com a turma, um título sugestivo para o texto;
- ao final, transcreva o texto coletivo em papel pardo e combine com o grupo que ele será revisado e aprimorado posteriormente.
versão para impressão

Etapa 3 (tempo previsto: 20’)
Após a leitura socialize as impressões e reflexões. Retome então o quadro que montaram no início da oficina, perguntando:
O que mais chamou sua atenção na leitura do texto?
Que mudanças fariam em suas conclusões?
O texto deu pistas e indícios para contornar algumas das dificuldades levantadas?
A leitura do texto ajudou a pensar em novas estratégias para fazer uma produção coletiva com os alunos?
Zona Proximal de Desenvolvimento
A expressão zona proximal foi criada por Vygotsky, para designar, na evolução cognitiva das pessoas, as aprendizagens que elas conseguem realizar com auxílio de parceiros mais experientes no conteúdo a ser aprendido. Ela antecede a zona real do conhecimento apropriado, quando o aprendiz pode realizar a tarefa proposta sem ajuda. No caso da seqüência didática, o momento da elaboração do texto individual, que revela a zona real de conhecimento do aluno, deve ser antecedido pela produção coletiva, um trabalho na zona proximal do conhecimento.
Para saber mais
sobre Lev S. Vygotsky (1896-1934)

Oficina 5. Revisar o dito e o escrito (tempo previsto: 60’)

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Etapa 1 (tempo previsto: 10’)Inicie a oficina retomando com os participantes o percurso percorrido em uma seqüência didática, desde a primeira produção até chegar ao texto final. Destaque a importância da atuação do professor na revisão e aprimoramento do texto.

O professor tem um papel fundamental no processo de revisão e aprimoramento do texto. É ele quem faz a mediação, lançando perguntas, dando dicas, instigando o aluno a pensar sobre a própria produção. Deve ainda ajudar o aluno a voltar ao texto, dialogar com ele e encontrar novas possibilidades para melhorar aspectos de sua produção; refletir sobre o que é preciso acrescentar, retirar, organizar, reescrever.
Nesse processo, no entanto, o professor não deve confundir a ajuda, que é seu papel dar, com uma interferência excessiva na produção do aluno. É preciso preservar a autoria do texto. Inicie o trabalho de aprimoramento do texto retomando a situação de comunicação:
- O que quero dizer?
- Como posso dizer?
- Com que finalidade?
- Para quem ler?
- Onde será publicado?

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Etapa 2 (tempo previsto: 25’)Organize os participantes em pequenos grupos. Entregue a cada grupo três textos, pedindo que leiam, comentem e identifiquem qual a produção que está mais próxima do gênero textual reportagem turística. Após a escolha, oriente os professores para uma análise mais detalhada do texto selecionado. Peça que façam perguntas, indicações por escrito – para orientar o aprimoramento da produção. Por exemplo: Que informações podemos acrescentar para que o texto fique mais atrativo para o leitor?

Etapa 3 (tempo previsto: 25’)Retome com os participantes o fato de que a maioria dos alunos não tem familiaridade com a tarefa de revisar o próprio texto. Portanto é preciso ensiná-los a identificar aspectos que precisam ser modificados e explicar qual a melhor forma de fazê-lo. É o trabalho contínuo do professor que vai ajudá-los a vencer esse desafio.
Peça que os participantes comparem as indicações elaboradas em grupo com o Roteiro de revisão e aprimoramento, verificando pontos em comum.
Lembre ao grupo de que existem várias possibilidades de aperfeiçoar a escrita e de deixá-la mais adequada ao gênero reportagem turística. Veja abaixo e apresente a sugestão de texto aprimorado por um professor.
Dica - Coloque o mouse em cima do link/números e aparecerão observações sobre o texto

Texto 1 - O lugar onde vivo Vivo num lugar muito gostoso, uma chácara chamada Pedacinho de chão.
Preciso acordar todos os dias as cinco e vinte para pedalar até a escola, pois a minha chácara fica cinco quilômetros longe da escola.
Faço esse percurso todos os dias sem me cansar e no caminho de casa passo na casa da minha avó, pra ver como ela está. Chegando em casa vou tratar dos porcos e das galinhas, cortar cana para as vacas, apartar os bezerros junto com meu pai. Trato dos cachorros e dou água para o cabrito.
Na minha chácara tem muitos pés de frutos e muitos lugares para brincar.
No domingo é dia de passear, vamos à igreja, na casa dos meus tios e avós de carroça com minha mulinha Princesa.
Sou Luiza Maria, tenho dez anos e sou feliz no lugar onde moro.
Cerejeiras, lugar pequeno, localizado aproximadamente a 800 km da capital Porto Velho. Cidade de povo alegre, tranqüilo, que passam domingos e feriados nos balneários da cidade, divertindo sem violência. (1)

Texto 2 - Rio Doce Vivo na cidade de Rio Doce.
O município tem uma área de 43,77 km2 (Fonte: IBGE). Rio Doce é uma alternativa para as pessoas que buscam ficar próximo a Porto Alegre-RS. A cidade fica situada em um ponto estratégico na região metropolitana do Estado.
A origem de seu nome deve-se a existência de uma pequena queda d'água que havia próximo a um quilômetro acima da ponte sobre o rio Itaí, que impedia a navegação, principalmente na época da estiagem. Rio Doce foi emancipada em 15 de maio de 1966. Em 1970, a economia do município diversificou-se e tomou impulso com a instalação de um distrito industrial que gerou um conseqüente surto migratório de catarinenses, vindos da parte norte do Estado.
Posteriormente, também migrantes de outras regiões do estado adotaram a cidade.
A história de Rio Doce compreende a ocupação de áreas de cultivo de hortifrutigranjeiros, criação de gado e uma produção voltada para a atividade leiteira, levando o município a ser reconhecido como "Cidade do Doce de Leite".
Atualmente, Rio Doce conta com um intenso comércio, e um potencial industrial cada vez maior. Estão sendo investidos todos os esforços em saneamento básico do município e na iluminação pública, no que dará maior segurança para a população. Rio Doce tem uma identidade cultural expressa no seu patrimônio arquitetônico e na produção artístico-musical.
Rio Doce espera você!(1)

Texto 3 - São Leopoldo (1) A cidade de São Leopoldo situa-se na região da Encosta Inferior do Nordeste do Rio Grande do Sul. Faz parte da Grande Porto Alegre.(2)
São Leopoldo foi a primeira cidade fundada pelos alemães no Estado do Rio Grande do Sul, no século passado, por isso, é denominada o "Berço da Colonização Alemã". A primeira leva de alemães chegou em 25 de julho de 1824, homenageando o santo padroeiro da Imperatriz Leopoldina.(3)
São Leopoldo é um município essencialmente urbano e possui indicadores de qualidade de vida que o colocam entre os municípios mais desenvolvidos do país. Sua economia é bastante variada, subdividida no comércio, na indústria metal–mecânica , coureiro- calçadista, borracha, química e, mais recente, em informática, com lugar de destaque na economia gaúcha.(4)
Em São Leopoldo há muitas atrações turísticas. O Museu do Trem, localizado na antiga estação ferroviária de São Leopoldo e primeira estação construída no Rio Grande do Sul. Exibe peças antigas dos trens.
Outro museu histórico interessante é o de Visconde de São Leopoldo que foi fundado em 1959 e possui acervo histórico com mais de mil peças e biblioteca com oito mil volumes que falam sobre história, geografia, artes, folclore e tradição do RS e imigração alemã. Tem também revistas, postais, partituras musicais, fotos e discos de antigas famílias da região e interior, expostos a permanente visitação pública de estudiosos, pesquisadores e turistas.
Na casa da Feitoria, construída em estilo alemão, você vai conhecer os móveis, utensílios e vestuário utilizados pelos imigrantes alemães.(5)
O Barco Martin Pescador foi construído para ser uma sala de aula flutuante e atualmente quem faz um passeio no Rio dos Sinos. Nele também se aprende formas de preservar o meio ambiente.
O Santuário Sagrado Coração de Jesus, conhecida como Padre Réu, é um lugar onde se pode conversar com Deus. Atualmente, São Leopoldo é conhecida principalmente pela sua noite, que conta com diversos s bares, lanchonetes, lojas e muitas outras diversões noturnas que atraem um grande público, tanto da própria cidade quanto das cidades vizinhas.
No mês de julho a cidade comemora sua fundação com a São Leopoldo Fest.
Se você mora em outro estado vá para Porto Alegre, de lá pegue um trem, ônibus ou táxi. Você chegará aqui em São Leopoldo facilmente. Você poderá conhecer coisas novas! (6)
clique aqui e veja o texto aprimorado

Oficina 6. O caminho das pedras
(tempo previsto: 60’)

 
Etapa 1 (tempo previsto: 20’)Organize os participantes em duplas.
Distribua o tabuleiro e a folha com os cartões. Peça que recortem os cartões. Proponha que uma das pessoas ordene os cartões com os títulos e a outra, os cartões com as definições. A seguir, elas devem parear os grupos de cartões, conferir a seqüência didática e colocá-la sobre o percurso.
Clique aqui e verifique se as etapas estão ordenadas adequadamente. Depois de conferido, peça que colem os cartões no tabuleiro

Etapa 2 (tempo previsto: 20’)
Veja se não há dúvidas sobre o porquê e como organizar um conjunto de atividades articuladas entre si, para ensinar um gênero textual. Converse com o grupo sobre cada passo da seqüência didática. Clique aqui.

Etapa 3 (tempo previsto: 20’)
Após esclarecer todas as dúvidas sobre a seqüência didática, lembre aos participantes que dispomos - para estudo e organização do trabalho com produção textual - de um conjunto de oficinas de três gêneros textuais: Memórias literárias, Artigo de Opinião e Poesia, no Kit Itaú de Criação de Texto. Estimule o grupo a pensar sobre um gênero que ainda não trabalharam com seus alunos e que gostariam de trabalhar. Liste as indicações apresentadas. Negocie com os participantes a escolha de um gênero. Em seguida, convide o grupo a planejar um conjunto bem articulado de atividades para ensinar esse gênero textual etapa por etapa, ou seja, uma seqüência didática que dê conta de ensiná-lo.

Por Vera Lúcia a partir

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